domingo, 27 de setembro de 2009

Selva e mar – Rios de Janeiro




Molhei os pés no mar de Ipanema
e por segundos me senti sorvete,
até voltar ao sol que incendeia,
a onda vai e eu sumo na areia.

Percorro os passos da praia do tempo
e, tão distante, tento recordar
a voz do mar, a luz do céu nas águas
do entardecer da Pedra do Arpoador.

Andava livre, descalço, sem medo,
e ao mesmo tempo via o Rio e o mal:
de um lado as ondas vêm e vão, e eu sonho,
do outro, aquela selva é tão real...

Todas as cores do mar são castelos
que a areia insiste em me lembrar,
enquanto as pedras, implacáveis, dizem
que só em sonhos posso ver o mar.

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