segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Uma profissão




Oh, queridos mestres, nem sempre o sentido das palavras consegue expressar as palavras dos sentidos, o que pulsa sem falar mas expressa mais que tudo que se quer dizer.
E, quando expressa, professa, claramente, e com veemência, o que é profundo e emerge, solene e incontida, como uma mensagem tão serena e tão marcante.
É preciso aprender a aprender. Um fala, o outro escuta, ambos pensam e interagem, num processo além do conhecimento que deságua na comunhão do que é compartilhado. E, ao compartilhar palavras e atitudes, não importa mais quem é o professor – ambos professam a comunhão do novo. Aprendendo a aprender, aprendem a ensinar um ao outro, e a declarar sem palavras que a semente da comunhão germinou e vai produzir seu fruto. Professor não apenas ensina, mas traz com ele aqueles que professam o que conheceram juntos.
Dizem que um profeta prediz o futuro – ele professa o que há de vir. Mas, se aquele que profetiza é aquele que exorta, consola e edifica, como está escrito em 1 Coríntios 14:3, é difícil imaginar alguém que exorta sem partilhar o dia a dia; alguém que consola sem se aproximar e conviver com o aflito; alguém que edifica sem tocar com as mãos o que é edificado.
E assim percebemos que profetizar não é apenas predizer, mas construir o futuro. Construir um futuro com as mãos cheias de trabalho, rodeado de gente que professa – declara publicamente o seu compromisso – o desejo de ajudar a construir um futuro que não é só de um, mas de todos.
Professor, profissão: profeta.

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