sábado, 7 de fevereiro de 2009

Ver além


Tela: View at the Sea of Scweningen, de Van Gogh

Ver além

Se eu for só atentar ao que eu sou,
De que me valerá a minha vida?
O que eu posso é muito pouco, eu sei,
E o que eu sei jamais será bastante.

De que me adiantará ser mais que sou,
Se tudo que eu for não será nada?
De que me servirá ter mais poder,
Se tudo que eu puder não tem sentido?

Conhecimento eu posso procurar,
Me esforçar e achar sabedoria,
Mas de que vale tudo conhecer,
Se isso apenas me conduz ao vento?

Sabedoria, posses, ser alguém,
São coisas que se buscam neste mundo,
Mas não é sem razão, e é profundo,
Que elas em si mesmas nada são.

O Deus que tudo fez criou a vida
Para que o sábio se renda aos Seus planos,
Para que o rico encontre vãos tesouros,
E os poderosos mirem seus enganos.

Somente Deus concede entendimento,
E a Deus pertence toda a riqueza,
Em Deus reside a glória e a nobreza,
E tudo isto o homem busca em vão.

Ó homem, volta os olhos para a vida
Que o Senhor dos céus, Deus soberano,
Tão amorosamente descortina
Diante dos incrédulos vencidos.

Ó homem, reconhece ser perdido,
E reconhece em tudo que alcançaste
Os frutos de um árduo trabalho
Que no entanto não vêm do bom Deus.

Se os teus olhos, sim, humildemente,
Oferecerem a esta esperança
A chance de então se fazer bonança
Nos corações que tudo rejeitaram,
O rico beberá da fonte eterna,
O sábio entenderá todo o caminho,
O poderoso dará glórias a Deus
E nenhum deles andará sozinho.

(do livro Tharsei - Tem bom ânimo, poesias evangélicas)





Um comentário: